Monday, November 15, 2010

121 ANOS DE BRASIL REPUBLICANO: DE ONDE VIEMOS E PARA ONDE VAMOS?





GILBERTO MARTINS BORGES FILHO
COLABORADORES:  RENATO RAMOS COELHO
LEDNA BETTCHER; MARINETA BETTCHER
RICARDO CORREIA BORGES
JANE MEIRE PEREIRA SILVA  e RAQUEL ALVARENGA
ORIENTADOR: JOÃO PEDRO MARTINS
REVISOR: JOÃO MACIEL DA SILVA


Nesta segunda-feira, o Brasil comemora precisamente 121 anos de República. Aproveitamos o ensejo para uma reflexão sobre como percebemos certos fatos históricos e suas respectivas interpretações e repercussões para o avanço democrático no país, sem pretensão de se esgotar o assunto.
 Com relação ao primeiro momento histórico inicial: o Brasil não foi descoberto nem “achado”, pois isto significa não reconhecer que, naquele momento, a “terra brasilis” já era habitada por povos e nações indígenas que tiveram um relacionamento trágico com seus colonizadores (perseguidos e expulsos de suas próprias terras, quando não morriam de doenças trazidas pelos algozes). Esses procuravam mão de obra barata para a monocultura da cana-de-açúcar e do café. E, somente encontram, de forma decisiva, na forma de mão de obra escrava. Sobre isso descreveu Castro Alves, em seu “Navio Negreiro”: Era um sonho dantesco...  Com tudo sob seu jugo, os inimigos mais ameaçadores só vinham agora do exterior: os holandeses, os franceses e os corsários. E, foi justamente na luta contra os holandeses que surgiram no Brasil os primeiros lampejos do sentimento de brasilidade.
É importante destacar que muitos movimentos contra a coroa portuguesa, com ou sem participação popular, precederam a proclamação da república: a Inconfidência Mineira, a Revolta dos Alfaiates, a Sabinada, a Revolução Pernambucana e a Praieira e a Guerra dos Farrapos.
Fatos externos à Coroa Portuguesa podem ser considerados como fatos portadores de futuro naquela época, como as ameaças de invasão de Portugal por Napoleão e, a ascensão da Inglaterra como potência mundial. O primeiro promove a retirada de D. João VI para o Brasil e traz uma mudança importante no cenário que pode ser traduzido pela frase “a metrópole virou colônia e a colônia virou metrópole”. D. João VI retornou a Portugal, deixando D. Pedro I como Regente. E este, devido aos constantes atritos com a Coroa realizou o famoso Ato de 22 de setembro de 1822. Entretanto é bom ressaltar que este teve um preço alto, pago com um empréstimo à Inglaterra, nossa primeira dívida externa. A Inglaterra em contrapartida exigia modificações que repercutiram nos primórdios da democracia brasileira (a Constituição Imperial, mesmo que outorgada; e outros benefícios). Brasil se constituiu como uma Monarquia única na America Latina, pois todas as outras colônias tornaram-se repúblicas.
É no reinado de D. Pedro II que o Império entra em crise. Um aspecto importante que influenciou na Proclamação da República foi o fortalecimento do Exército Brasileiro em decorrência das vitoriosas campanhas feitas na Guerra do Paraguai, quando um dos seus heróis foi Deodoro da Fonseca, o que alguns autores consideram como Primeiro Golpe Militar da História da República (LUSTOSA, I 2009).
 A Proclamação da República foi o ponto final de um processo de desenvolvimento que se desencadeava há quase três décadas. Entretanto, como afirmou Saldanha Marinho: “Essa não é a República dos meus sonhos”, pois (...) era a economia que ditava a mudança, ao invés do ideário dos grandes personagens republicanos que o concebeu, bem com as aspirações democráticas do mundo contemporâneo.   ou seja “a ditadura do capital” como afirmaria Saramago nos dias atuais. Tal modelo  de desenvolvimento trouxe grandes problemas sócio-ambientais: surgimento da pobreza, exclusão social, distribuição de renda injusta, degradação do meio ambiente, mais acentuada nos últimos anos, além de problemas ligados aos dirigente políticos com seus desvios de conduta.
 Essa mudanças sugerem a necessidade de verificarmos propostas alternativas de desenvolvimento sócio-econômico sustentável com sua respectiva aferição que leve em consideração fatores socioambientais. É um  desafio que está no centro das discussões de renomados economistas, políticos e acadêmicos. “A principal defesa é que fatores como bem-estar social, qualidade de vida e sustentabilidade ambiental sejam levados em consideração nas estatísticas, adicionalmente aos aspectos econômicos”. Por conseguinte, tornou-se mister reescrever o capitalismo e por conseguinte a NOVA História do Brasil agora com a participação  do povo brasileiro . Pois, “O que a gente sonha está bem longe da realidade, mas pode estar bem próximo de nossas decisões”.

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