GILBERTO
MARTINS BORGES FILHO
COLABORADORES: RENATO RAMOS COELHO
LEDNA BETTCHER; MARINETA
BETTCHER
RICARDO CORREIA
BORGES
JANE MEIRE PEREIRA
SILVA e RAQUEL ALVARENGA
ORIENTADOR: JOÃO
PEDRO MARTINS
REVISOR: JOÃO MACIEL DA SILVA
Nesta segunda-feira, o
Brasil comemora precisamente 121 anos de República. Aproveitamos o ensejo para
uma reflexão sobre como percebemos certos fatos históricos e suas respectivas
interpretações e repercussões para o avanço democrático no país, sem pretensão
de se esgotar o assunto.
Com relação ao primeiro momento histórico
inicial: o Brasil não foi descoberto nem “achado”, pois isto significa não
reconhecer que, naquele momento, a “terra brasilis” já era habitada por
povos e nações indígenas que tiveram um relacionamento trágico com seus
colonizadores (perseguidos e expulsos de suas próprias terras, quando não
morriam de doenças trazidas pelos algozes). Esses procuravam mão de obra barata
para a monocultura da cana-de-açúcar e do café. E, somente encontram, de forma
decisiva, na forma de mão de obra escrava. Sobre isso descreveu Castro Alves,
em seu “Navio Negreiro”: Era um sonho dantesco... Com tudo sob seu jugo, os inimigos mais
ameaçadores só vinham agora do exterior: os holandeses, os franceses e os
corsários. E, foi justamente na luta contra os holandeses que surgiram no
Brasil os primeiros lampejos do sentimento de brasilidade.
É importante destacar que
muitos movimentos contra a coroa portuguesa, com ou sem participação popular,
precederam a proclamação da república: a Inconfidência Mineira, a Revolta dos
Alfaiates, a Sabinada, a Revolução Pernambucana e a Praieira e a Guerra dos
Farrapos.
Fatos externos à Coroa
Portuguesa podem ser considerados como fatos portadores de futuro naquela
época, como as ameaças de invasão de Portugal por Napoleão e, a ascensão da
Inglaterra como potência mundial. O primeiro promove a retirada de D. João VI
para o Brasil e traz uma mudança importante no cenário que pode ser traduzido
pela frase “a metrópole virou colônia e a colônia virou metrópole”. D. João VI
retornou a Portugal, deixando D. Pedro I como Regente. E este, devido aos
constantes atritos com a Coroa realizou o famoso Ato de 22 de setembro de 1822.
Entretanto é bom ressaltar que este teve um preço alto, pago com um empréstimo
à Inglaterra, nossa primeira dívida externa. A Inglaterra em contrapartida
exigia modificações que repercutiram nos primórdios da democracia brasileira (a
Constituição Imperial, mesmo que outorgada; e outros benefícios). Brasil se
constituiu como uma Monarquia única na America Latina, pois todas as outras
colônias tornaram-se repúblicas.
É no reinado de D. Pedro
II que o Império entra em crise. Um aspecto importante que influenciou na
Proclamação da República foi o fortalecimento do Exército Brasileiro em
decorrência das vitoriosas campanhas feitas na Guerra do Paraguai, quando um
dos seus heróis foi Deodoro da Fonseca, o que alguns autores consideram como
Primeiro Golpe Militar da História da República (LUSTOSA, I 2009).
A
Proclamação da República foi o ponto final de um processo de desenvolvimento
que se desencadeava há quase três décadas. Entretanto, como afirmou Saldanha
Marinho: “Essa não é a República dos meus sonhos”, pois (...) era a economia
que ditava a mudança, ao invés do ideário dos grandes personagens republicanos
que o concebeu, bem com as aspirações democráticas do mundo contemporâneo. ou seja “a ditadura do capital” como
afirmaria Saramago nos dias atuais. Tal modelo de desenvolvimento trouxe grandes problemas
sócio-ambientais: surgimento da pobreza, exclusão social, distribuição de renda
injusta, degradação do meio ambiente, mais acentuada nos últimos anos, além de
problemas ligados aos dirigente políticos com seus desvios de conduta.
Essa
mudanças sugerem a necessidade de verificarmos propostas alternativas de
desenvolvimento sócio-econômico sustentável com sua respectiva aferição que
leve em consideração fatores socioambientais. É um desafio que está no centro das discussões de
renomados economistas, políticos e acadêmicos. “A principal defesa é que
fatores como bem-estar social, qualidade de vida e sustentabilidade ambiental
sejam levados em consideração nas estatísticas, adicionalmente aos aspectos
econômicos”. Por conseguinte, tornou-se mister reescrever o capitalismo e por
conseguinte a NOVA História do Brasil agora com a participação do povo brasileiro . Pois, “O que a gente
sonha está bem longe da realidade, mas pode estar bem próximo de nossas
decisões”.
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